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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

EÇA E A GASTRONOMIA - I

Todos nos recordamos dos opíparos piqueniques que fazem parte integrante das pequenas histórias de Enid Blyton, designadamente das aventuras de “Os Cinco” e os “Sete”. Foram essas histórias, infanto-juvenis, de aventura e mistério que me fizeram entender o quanto o tema da gastronomia pode promover, no leitor,o gosto pela leitura. Relembro, por exemplo, os scones, que o julian, a Georgina, a Anne e o David degustavam e, porque na altura nunca os provara, imaginava o quanto seriam saborosos. Ou seja, este era um tema obsidiante (obsessão) nas narrativas de Blyton.
O mesmo acontece em muitos romances de Eça e também em alguns dos seus contos. A este propósito, Andrée Crabée Rocha escreveu um artigo intitulado "Um motivo obsidiante na narrativa queirosiana", publicado em cadernos da Literatura, Coimbra, 1981.
Segundo a autora, são muitas as referências alimentares nas obras de Eça, Talvez por inspiração dos banquetes de Flaubert.
Em Os Maias, Eça faz referência a quinze refeições completas, em A Cidade e as Serras (e “Civilização”) são mais que seis e em A Capital são incontáveis os banquetes.
A mais importante refeição acaba por ser a de Jacinto, em Tormes, que define a transfiguração do protagonista. Uma outra refeição que define a respectiva intriga, ocorre em”Frei Genebro”, acabando por ser a causadora (e decisora) da ida da personagem para os Infernos.
Além disto, são muitas as personagens representadas no acto de comer...

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