Sintra

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Sintra - Portugal vale a pena!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

A Educação na Finlândia, por Paul Robert

As Edições Afrontamento publicaram um precioso livrinho, contudo de enorme importância. É que na Finlândia (1º lugar do PISA em 2003) as diferenças entre a produtividade de rapazes e raparigas é menor do que em outros países onde foi feita a avaliação do respectivo sistema de ensino. E onde as desigualdades sociais têm menor repercussão na produtividade académica. E onde o ensino da Matemática é um sucesso reconhecido universalmente. E (uff!)onde os alunos registam um elevado grau de auto-confiança.
É certo que na Finlândia é bom estar e espaços interiores, como a escola, porque o frio aperta e não existem praias tropicais.
Pistas para o sucesso: na Finlândia existe um ensino personalizado, ambientes acolhedores (e considerem o caso de muitas das nossas escolas, neste domínio), professores amistosos (bem pagos, com ligação permanente à universidade), alunos disciplinados, motivação,professores-assistentes que auxiliam os alunos, "baterias" de testes, professores de apoio que tomam conta de pequenos grupos de alunos que necessitam de especial atenção, professores-tutores, aulas com as paredes cobertas de livros, meios audiovisuais em todas as salas, etc.
A Finlândia é a "Ilha dos Amores" em termos de educação...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Errata sobre a última mensagem

Na Bibliografia onde se lê "Ggente" deve ler-se "gente". De seguida existem duas vírgulas, sendo uma desnecessária.

Portfolios - II

2- Finalidade do portfolio

Através da introdução de um índice compreende-se a sua finalidade, devendo este ter uma linha condutora (considere-se por exemplo uma frase orientadora ou condutora do trabalho a produzir, com seja o aforismo “Post tantosque labores” in Virgílio: 2003, 14, que sendo um lamento de Virgílio acerca dos tormentosos trabalhos de Eneias, pode pré-significar, assim, destacar o imenso trabalho produzido ao longo de um ano lectivo). Assim, o portfolio pode conter uma grande variedade de itens, como por exemplo: rascunhos de textos, fichas de avaliação, composições, colagens, recensões, fichas de leitura, gráficos, folhas de cálculo, páginas da web, etc. (Sá-Chaves et alii, 2005: 54).
2.1 -Os portfolios podem ser de diversa tipologia: de escrita, de aprendizagem e de auto-reflexão;
2.2 - O portfolio de escrita, tem como objectivo primordial a prática da mesma, podendo conter composições, exercícios de escrita produzidos em aula, ensaios sobre processo de escrita, etc
2.3 - O portfolio de aprendizagem centraliza-se não só na escrita, mas também sobre a própria aprendizagem, podendo conter reflexões pessoais e documentos relacionados com a matéria a estudar;
2.4 - O portfolio de auto-reflexão centraliza-se em processos de reflexão sobre o desenvolvimento pessoal do aluno, bem como a estruturação da sua identidade (idem, 54).



2.5 – A selecção dos elementos a incluir no portfolio pode ser da responsabilidade da escola, do professor de uma determinada disciplina, ou o próprio aluno;

3- O mais importante: a reflexão

A reflexão do aluno sobre o processo de ensino-aprendizagem é crucial neste processo. Sendo assim, o aluno pode incluir no seu portfolio reflexões sobre os materiais de ensino, por exemplo fornecidos na sala de aula pelo professor; o discente pode ainda incluir reflexões sobre estratégias e actividades de ensino, como por exemplo os trabalhos de grupo, ou um determinado debate promovido na sala de aula, sobre a dificuldade de determinados estes de avaliação, sobre conteúdos temáticos ou gramaticais, sobre erros de ortografia, sobre o seu progresso enquanto aluno, sobre leituras produzidas e contextualizadas com a escrita.

BIBLIOGRAFIA: Sá-Chaves, Idália et alii, Os "Portfolios" Reflexivos (também) Trazem gGente Dentro, , Porto Editora, Porto, 2005

terça-feira, 24 de agosto de 2010

PORTFOLIOS - I

PORTFOLIOS

1. Mais uma estratégia válida de ensino-aprendizagem …

O uso de portfolios é mais uma estratégia que pode conduzir ao sucesso dos alunos. No entanto, pode não ser a estratégia! Ou seja qualquer estratégia é boa desde que em última instância produza resultados e esta, em particular, tem decisivamente a sua génese na compilação de matérias, documentos e trabalhos próprios que habitualmente os alunos utilizavam nos cadernos diários. Contudo o que faz distinguir o caderno diário do portfolio é que, no caso do segundo, existem momentos de selecção de trabalhos, a reflexão pessoal por parte do aluno e uma diversidade de documentos que o caderno diário habitualmente não comporta.
Trata-se de uma metodologia que assenta na confiança mútua, no compromisso recíproco, que promove competências metacognitivas, tal como outras estratégias que assentam no compromisso ideal entre professores e alunos. E recorda-se uma estratégia similar de compromisso, quando nas aulas iniciais se estabelece um contrato pedagógico sério, ou um pseudo-contrato, seja ele oral ou escrito.
A metodologia da aprendizagem pela problematização (problem based learning), que dá origem ao desenvolvimento do trabalho através de portfolios, promove o desenvolvimento metareflexivo, conduzindo ao desenvolvimento das dimensões metacognitiva e metapráxica (Sá-Chaves et alii, 2005: 17-18). Neste caso, o professor é o mediador entre o saber e o aluno.
É lugar-comum dizer-se que nos modelos tradicionais o professor era única fonte do conhecimento. No entanto, é inquestionável que um bom líder faz a diferença (atente-se na palavra educare, ou seja conduzir…alguém para um objectivo). Com efeito, é ele que detém o saber académico, o fio da meada que explica muita coisa. E mais tem consigo a experiência de anos de estudo. Por isso, e em nosso modesto entender, um modelo intermédio é o melhor. E quando se fala de modelo intermédio, entende-se o uso de várias estratégias que devem estar presentes numa aula, ao longo do ano que podem ser enriquecidas pelo uso do portfolio: mesmo o velho método expositivo não é de esquecer e há alturas da aula em que ele é fundamental. Por exemplo quando o professor utiliza uma linguagem teórica que o aluno deve mimetizar, ou quando é necessário impor um momento de disciplina.
Não devemos esquecer também o velho método socrático, facto que nos remete para a verdadeira asserção etimológica da palavra aula . Ou o trabalho de oficina de escrita, mais uma vez através do uso de modelos escritos previamente realizados pelo docente. Ou a conversa lúdica muitas vezes baseada no humor, como forma de comunicação suprema, inquestionavelmente a praxis do quotidiano. Ou a centralização no aluno como fazem os finlandeses, bem à maneira dos treinadores de futebol que estudam minuciosamente os desempenhos menos conseguidos dos seus jogadores e procuram melhorá-los. Ou, ainda, o uso das novas tecnologias na sala de aula. – aliás, como é sabido, um portfolio pode ser digital (um blogue é também um portfolio).
1.1- Finalidade do portfolio: através da introdução de um índice compreende-se a sua finalidade, devendo este ter uma linha condutora (considere-se por exemplo o exemplo do aforismo “Post tantosque labores” in Virgílio: 2003, 14). Assim, o portfolio pode conter uma grande variedade de itens, como por exemplo: rascunhos de textos, fichas de avaliação, composições, colagens, recensões, fichas de leitura, gráficos, folhas de cálculo, páginas da web, etc. (Sá-Chaves et alii, 2005: 54)

Anjos e Demónios – Dan Brown, por Sandra Marques

Anjos e Demónios – Dan Brown, por Sandra Marques

Tal como prometi continuo a partilhar convosco a minha leitura das obras de Dan Brown.

Após ter lido O Código da Vinci e já rendida à escrita do autor, decidi ler Anjos e Demónios. A intriga desenrola-se a partir de do assassínio de um famoso cientista do CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire), após ter conseguido simular o génesis num laboratório. Uma irmandade secreta, os Illuminatti, constituída por cientistas e livres pensadores -como o próprio Galileu Galilei – perseguidos pela Igreja durante a Idade Média, reclamou o assassínio.

Ao mesmo tempo, no Vaticano dá-se início ao Conclave para eleger um novo Papa, contudo os quatro cardeais favoritos, são raptados misteriosamente. A partir deste momento, Robert Langdon, o professor de simbologia de Harvard e Victoria Vetra, a filha do cientista assassinado, iniciam uma incessante aventura em busca do assassino deste famoso cientista.

Dan Brown apresenta a cidade de Roma de uma forma pormenorizada despertando, assim, o interesse do leitor. Os factos históricos, assim como as informações internas do Vaticano, são apresentados de uma forma muito clara. Em suma, Dan Brown consegue contar com bastante interesse esta história de amor, decepção, fé e, sobretudo, traição.

Para quem gostar de um bom livro de mistério e suspense recomendo esta leitura. Claro que há sempre quem diga que os livros deste autor são muito parecidos e estão direccionados para a indústria cinematográfica. É um facto, com o qual concordo. Mas, pessoalmente, reconheço que gosto de saber mais sobre a irmandade secreta: os Illuminatti, reconheço que gosto da linha temporal das suas obras (normalmente 24h, o que implicitamente provoca no leitor uma leitura mais rápida, a ânsia da leitura), gosto das descrições pormenorizadas dos espaços (cidade de Roma, nesta obra) e gosto da linguagem clara e fluida que é características das suas obras.

Se me perguntarem – São estas as tuas obras de excelência? Respondo que não! Não esqueçamos os clássicos! Com se lembram, eu até sou contra "as modas"!
Neste caso, abri uma excepção e ainda li O Símbolo Perdido, e esse sim, logo quando saiu, ao contrário das outras obras do mesmo autor. Sobre essa obra, falarei mais tarde…

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sobre a "Fotobiografia de Fernando Pessoa"

Ideias que me foram surgindo a partir da minha (febril)leitura:

- Conviveu na infãncia com outros "eus", era um solitário por vocação, mas durante a idade adulta teve uma vida de contactos sociais e tertúlias muito activa...sempre em função do seu sacerdócio;
- O seu sacerdócio foi o... das letras, dos seus escritos, da sua vida liberta de compromissos. A derisão era uma das suas características;
- Enquanto escritor, afectado pela tal derisão, foi incapaz de escrever um romance, uma intriga completa. Ficou-se pela poesia, pelas cartas literárias;
- Era um anti-conformista, fruto da sua personalidade é certo, mas também de uma insatisfação permanente que o fazia rejeitar compromissos (sobretudo políticos) perenes;
- "A sua escrita (a de F.P), do mesmo modo que responda e reagia às suas leituras (ATENÇÃO A ESTA IDEIA TÃO SIMPLES; CAROS ALUNOS!), também interagia com ideias e opiniões dos outros, bem como com os poemas e prosas que os seus amigos e conhecidos recitavam ou mostavam nos cafés (mas...isto acontecia?!)..." (VIEIRA, 2008: 83)
- Conseguiu, afinal, ser o supra-Camões, porque o poeta do século dezasseis demorou dez anos a escrever a sua epopeia (Camões dixit), enquanto Pessoa escreveu a sua "Mensagem" ao longo de vinte.

Errata: mensagem anterior

Onde se lê "inteligêcia" deve ler-se "inteligência"

UMA BOA JUSTIFICAÇÃO PARA O ESTUDO DA LÍNGUA PORTUGUESA

MOURINHO DIXIT (IN "A BOLA", 23/08/2010, p. 47)

"Notável a entrevista que concedeu à Revista de domingo do "El Pais". Falando para um público que não é propriamente o do futebol, Mourinho mostrou acutilância e inteligêcia, provando que, nos dias que correm, é impossível a quem não dominar a arte de bem comunicar, ocupar lugares de destaque na sociedade."

SINTRA

Não nasci em Sintra, mas é como se tivesse nascido. O nome da nossa terra, aquela à qual estamos umbilicalmente e emocionalmente ligados, pode não ser o que surge no nosso B.I.
Concebo Sintra como um ser que se respira e nos oxigena os sentidos e o pensamento e todos os momentos que lá passo são momentos de enorme fruição. Todo aquele mar de verde, constituído por formas irregulares, surge intercalado pelo misticismo que nos fascina, sendo esse cinzento. Depois tudo o que é amuralhado transmite uma sensação de poder e a História convive connosco quotidianamente .
Não admira por isso que Lord Byron tenha aninhado em Sintra e, percebemos também a admiração de Eça pela secular vila, nos seus livros.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

"O Código da Vinci" de Dan Brown, por Sandra Marques

Primeiro vi o filme.
Uma vez mais fui fiel à minha regra: não ler o que “está na moda”. E não li o livro, apesar das críticas e da polémica que rodeou a publicação do livro.
Sempre fui adepta dos clássicos e relê-los… sempre e várias vezes, a descoberta é inigualável e a perspectiva da maturidade intelectual que os séculos proporcionam é muito curiosa.Portanto, tinha muito para ler!

Contudo, quando o “O Código da Vinci” estreou não resisti e não demorei a dirigir-me às salas de cinema. O autor do romance original estava “na moda”, muita gente dizia que o enredo era muito interessante e as personagens, encabeçadas por Tom Hanks (actor que admiro), pareceram-me factores suficientes para ver o filme.

Confesso que fiquei surpreendida pela positiva, pelos argumentos acima mencionados e por uma direcção fantástica de Ron Howard, que consegue agarrar o espectador desde o princípio ao fim do filme.

Quando saí da sala de cinema, de imediato, disse ao meu marido: - Quero ler este livro o quanto antes. E assim foi!
Poucos dias depois tinha o livro nas minhas mãos e logo pensei: - Agora quero ver como é que este Dan Brown escreve.
O resultado foi o mesmo que já tinha acontecido com "Equador" do Miguel Sousa Tavares. Demorei cinco dias a ler o livro, confesso que andava sempre comigo (apesar do seu volume) e qualquer tempo livre, como uma simples pausa para café, servia para ler um pouco mais.
Enquanto lia pensava que devia de ter lido o livro antes de ver o filme, sempre fui apologista desta regra e, de facto, nada se compara à rica imaginação do leitor. Neste caso, enquanto lia era de imediato remetida para as cenas do filme.
No final constatei o que já tinha pensado quando vi o filme. Era, de facto, um excelente romance.
O autor criou uma excelente história de suspense com informação sobre obras de arte, documentos e rituais secretos envolvendo organizações como a Opus Dei e a sociedade secreta do Priorado de Sião, envolvendo o cenário fantástico do Museu do Louvre e da maravilhosa cidade de Paris.

Terminei o livro, pensei: - Bem há que encarar os factos, vou ter de ler os outros livros de Dan Brown! Sobre os quais vos falarei na próxima vez…

Sandra Marques

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

"Equador"

Sempre gostei de ler… ainda me lembro quando tinha aí uns 12, 13 ou 14 anos e durante as férias de verão (os inesquecíveis 3 meses, ai que saudades…) em que lia um livro por dia. As colecções dos 5 dos 7, a Agatha Christie, o Sherlock Holmes… e por aí em diante.

Se tiver de dizer a importância da leitura na minha vida, apenas respondo: faz parte de mim e do que eu sou.

Após meses e meses de leituras obrigatórias, chegam aqueles momentos em que tenho mais tempo livre e digo: - Agora vou ler o que eu quero! O que me apetece!

Sempre fui contra “as modas”, resisti sempre a ler o que era a moda do momento, mas confesso que há quatro anos uma colega me disse: - Lê o "Equador" do Miguel Sousa Tavares, tenho a certeza que vais gostar.
Eu pensei logo que não, talvez mais tarde, quando já não fosse “moda”, mas apenas respondi: - não tenho tempo, estou cheia de trabalho.
Ela insistiu e no dia seguinte trouxe-me o livro e disse: - devolves quando quiseres.
Quando olhei para o livro e vi o número de páginas, logo pensei que não sabia quando o conseguiria terminar. Estava cheia de trabalho (dava aulas em duas escolas) e a época não era a melhor.
Olhei para a minha colega, ri e disse-lhe. – Devolvo-to daqui a três meses.
Nesse dia não o pude abrir, nem no seguinte, mas ao terceiro dia lá comecei a ler.
Acreditem ou não, após cinco dias tinha lido o livro! De relembrar que como disse anteriormente, dava aulas em duas escolas, e claro tenho de dar atenção à família. Ainda me lembro de ser 1h da manhã e o meu marido me chamar e dizer que eu tinha de ir trabalhar no dia seguinte, pois levanto-me sempre às 7h.

Não perdi um episódio quando a série foi feita na TVI. Admirável! Mas nada se iguala à imaginação do leitor quando lê um livro. Nunca fui a África, mas mentalmente viajei por esses espaços, nessa época, junto das personagens.

O Miguel Sousa Tavares criou um texto com incrível mestria, onde o visualismo, criado pelas descrições pormenorizadas, permite a leitura fluida, conseguida pelo uso de uma linguagem clara e apelativa e um enredo, de tal intensidade, que consegue “agarrar” o leitor ao texto.

A todos os que viram a série, ou não, recomendo, usem o vosso tempo livre e deleitem-se com este livro.

Sandra Marques

domingo, 15 de agosto de 2010

Ler é puxar o fio de uma meada

Ler e analisar a "Fotobiografia de fernando Pessoa", editada pelo Círculo de Leitores, não chega embora seja uma leitura magistral e que favorece a análise própria, devido à existência de inúmero material fotográfico! Foi o que se passou comigo nestas férias. Li febrilmente o livro, mas não parei por aí. Mais tarde tive que reler o "Livro do Desassossego", autobiografia de Bernardo Soares, semi-heterónimo de Pessoa, de forma a confrontar os dois textos.
Pessoa, embora tenha estado muito ligado a António Ferro (editor de "Orpheu"), não tinha grande simpatia por Salazar, por isso decidi ler "1926-1932, A ascensão de Salazar" editado por António Simões do Paço et alii.
É evidente que as biografias me têm fascinado nos últimos tempos,pelo que não resisti a ler a de António Spínola numa edição recente do Correio da Manhã.

Errata sobre o texto anterior

Linha 10 - onde se lê "pópia" deve ler-se "própria";
linha 26 - onde se lê "cega" deve ler-se "chega"