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terça-feira, 7 de setembro de 2010

“Cada homem é uma raça” – Mia Couto, por Sandra Marques

Inesquecível…. Livro para ler e ser relido.

Como já partilhei convosco anteriormente, o meu gosto pela leitura é algo intrínseco, tal como um qualquer aspecto físico, faz parte de mim e como sabem sou uma leitora que lê avidamente. Por isso, posso-vos dizer que a leitura deste livro demorou apenas algumas horas.

E o mérito deste facto é todo do autor.

Continuando a minha leitura de vários autores, não poderia deixar de parte Mia Couto, autor moçambicano sobejamente conhecido e detentor de vários prémios literários.

Neste livro, Mia Couto apresenta 11 contos. Estórias cujas descrições minimalistas e extremamente claras, captam de imediato a atenção do leitor. Nelas encontramos uma miscigenação da língua portuguesa com palavras e dialectos africanos.

Nestes contos, o leitor sente profundamente a vivência do povo moçambicano, as suas vivências, os sentimentos, a dor, a miséria, vendo-se transportado para os espaços descritos e sentindo-se envolvido pela teia de uma linguagem magistralmente construída, inequivocamente pessoal.

Por isso, classifico a leitura deste obra de puro deleite.

Não consigo escolher um conto que possa destacar, mas evidencio “O embondeiro que sonhava pássaros" ou “ Sidney Poitier na barberia de Firipe Beruberu” como os meus preferidos, mas assinalo os restantes: "A Rosa Caramela", "O apocalipse privado do Tio Geguê", "Rosalinda, a nenhuma", "A princesa russa", "O pescador cego", "O ex-futuro padre e sua pré-viúva", "Mulher de mim", "A lenda da noiva e do forasteiro", "Os mastros do Paralém".

Sandra Marques

1 comentário:

  1. Sem dúvida. O Cronicando foi a minha iniciação, já que acompanhava as crónicas, ou pequenos contos - um formato que me atrai, e depois Cada Homem.., Terra Sonâmbula, que vêm à ideia agora... Acho que está mais que bem recomendado!
    carla M

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