Sintra

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Sintra - Portugal vale a pena!

quinta-feira, 29 de novembro de 2018


Capítulo V – Um teste muito particular

- Está bem! Empresto-te a minha caneta para fazeres o teste, mas depois não te esqueças de ma devolver no final. – Respondeu o professor Antero, face à solicitação de um menino que se esquecera da caneta para fazer o teste.

A aula do dia seguinte à do plano de Rubina era muito especial. Os meninos iam ser postos à prova, num teste com um enunciado de três páginas, com interpretação, gramática e composição. O professor Antero não admitia erros e o Manuel Barbosa, que era de Setúbal, tremia só de pensar nisso.

Como mais nenhum aluno da turma tinha uma caneta disponível no estojo, o Manuel decidiu pedir por empréstimo a caneta, que lhe foi depositada na palma da mão pelo desconfiado Antero.

Ofélia sorriu sem que Manuel se apercebesse de tal. Ia dar início, finalmente, ao plano da Rubina. O Manel, para os colegas, enfrentou então o teste. Depois de ler o texto e as perguntas do primeiro grupo, começou a responder ao questionário que lhe era proposto.

«Acho que o portagonista da história é…». Ofélia detetou o primeiro erro e, num impulso que surpreendeu o rapazito, corrigiu a palavra errada, «protagonista», fazendo uso da sua própria borracha, primeiramente, e depois escrevendo-a de forma correta. Fê-lo com uma rapidez espantosa, num verdadeiro passe de mágica. De tal forma, que o rapaz ficou com boquinha de ovo e com os olhos a ocupar um espaço invulgar na sua pequena carinha.

- Ohhhhhhhhhh!

Ofélia não reagiu e o rapazito, depois da surpresa inicial, decidiu continuar o teste até porque tinha de o completar até ao final da aula. Manuel começou a responder à questão 2:

«Derrepente…» - Escreveu o rapazito. Ofélia, que estava atenta, corrigiu de imediato o erro e o rapaz esboçou, depois da inquietação inicial, um sorriso. Enfrentou, então, mais confiante o grupo da gramática.

A resposta da II. 1 ia surgindo através da ponta fina da caneta: «O adevérbio…». Ofélia foi tão rápida quanto Mercúrio sempre que convocava os deuses para o Olimpo. Num piscar de olhos reescreveu corretamente a expressão: «O advérbio…». Algum tempo depois, o Manuel fez o plano da composição tal como o professor Antero aconselhara. Depois iniciou a textualização, esquecendo a marca de parágrafo. Ofélia emperrou nessa altura, não escrevia mesmo e o rapaz compreendeu que algo estava mal.

- O que se passa? Por que não escreves? Por que secaste? – Inquiriu, em voz baixa, o rapazito.

A caneta, olhou-o sem que ele notasse, posicionou-se no sítio certo e a marca de parágrafo foi então respeitada.

Ahhh! Já percebi – Concluiu Manuel, de olhos esbugalhados.

Ofélia sorriu uma vez mais para o petiz e este ia prosseguindo o seu trabalho. A respiração ofegante e uma pequena gota de suor, que caiu sobre o enunciado, anunciavam que o teste tinha deixado marcas. Sobretudo muito cansaço.

Ufffffffffffffff! – Disse, quase em surdina. Olhou para o relógio e os olhos refletiram um pequeno momento de terror: uns escassos cinco minutos separavam-no da finalização do teste. A personagem da sua história, aquela que o conduziu, e sobre a qual escreveu: «Agustina sorrio…», impedia-o certamente de concluir essa mesma história sem erros. Na verdade, a Agustina apenas…sorriu. Ofélia não hesitou: impediu a influência que o primeiro /o/ exercia sobre o segundo e reescreveu: «Agustina sorriu…».

Carlos Marques



quarta-feira, 28 de novembro de 2018


Capítulo IV – Ofélia, Rubina e um plano…

Mas afinal o que era «ser como eles», perguntas tu?!

Ofélia queria, tal como eles, brincar, saltar, jogar ao eixo, jogar à macaca, saltar à corda, jogar à bola, correr livremente, dizer disparates, enfim, ser feliz. Queria ser criança! Sentia-se presa ao cumprimento do seu dever, mas feliz por ajudar em muitas ocasiões os miúdos. Sobretudo os alunos da turma C, como irás perceber mais adiante.

Rubina, a borracha, era a sua melhor amiga. Tinha o formato de um paralelepípedo e se metade do seu corpo de borracha era branco, a outra metade era vermelha. O filho mais pequeno do professor Antero pensara, até, que era um gelado e em mais de uma ocasião já a tentara trincar. À noite, sempre que o professor Antero se ia deitar, Ofélia e Rubina conversavam sobre as peripécias do dia.

- Hoje ajudei vários meninos. – Informava Ofélia, com a sua vozinha de cana rachada.

- Como? – Perguntava Rubina, com um sorriso.

- Olhaaaaa! Quando o nosso dono ia escrever anotações, sequei momentaneamente. Ele abanou-me, abanou-me, os miúdos riram, mas eu…nada. Não escrevi nem uma letra, nem um traço, nada!

Rubina sorriu. Conhecia bem a amiga e a sua caridade. Numa ocasião livrou-a até das terríveis intenções de um X-Ato, que a queria cortar. «Os amigos são para as ocasiões», dissera por essa altura a caridosa caneta. Rubina disse-lhe, então:

- Se gostas tanto deles, poderias ajudá-los de outra forma.

- Ah, sim? – Perguntou Ofélia interessada – E como?

Rubina segredou ao ouvido da amiga, durante uns bons dois minutos. Eu que vi tudo percebi que o plano era sério, porque durante esse tempo um «bçççççbççççççbççççççbççç» tomou conta daquele espaço.
Carlos Marques

terça-feira, 27 de novembro de 2018


Capítulo III – Ofélia e a sua história

Já tens uma ideia, ligeira digamos, sobre a Ofélia, CERTO?! Como já te tinha contado, Ofélia era um bom coração, uma caneta que cuidava das suas semelhantes, que as ajudava sempre que lhes faltava a tinta, independentemente da cor, ou que as tentava reparar com fita-cola, sempre que os descuidados donos as partiam. Ofélia não era uma caneta de tinta permanente, em resina. NÃO! Ofélia era uma simples caneta de plástico, mas tinha um coração que valia muito.

O professor Antero, que tinha um magnífico quintal em casa onde se entretinha a ler e a escrever poesia, bem como a ler livros sobre os Açores, a sua terra natal, comprara-a num supermercado por uma pechincha:

- É exatamente este tipo de caneta que quero! – Dissera na altura, seduzido pelo traço fino e pelos poucos cêntimos que gastara.  

Durante a aula daquele dia, Ofélia voltou a entrar em ação. Ora era era um menino que tinha «intervenções desordenadas», ora era outro que «não fizera os t.p.c». Ofélia tinha pena deles e, ao mesmo tempo, invejava-os.

Sempre que a aula terminava, empinava-se na mesa do professor e dava um salto (UPA!!!) até à carteira de um aluno, junto à janela da sala de aula. Do primeiro andar, via todos os meninos a brincar e suspirava:

- Ai! Ai! Quem me dera ser como eles. – Murmurava, cansada de tanta responsabilidade.  E, nessa altura, era habitual que lhe escorresse uma pequena lágrima pelo cano transparente…

segunda-feira, 26 de novembro de 2018


Capítulo II – Entretanto, o narrador desta história declara a sua intenção

Oh! Oh! Oh! Não sabes decerto o que aconteceu, naquele momento? Bem, eu que sou o narrador desta história e que dediquei toda a minha vida às crianças e sobretudo a vê-las felizes pelo Natal, vou contar-te todas as peripécias da caneta Ofélia, que se seguiram ao que leste no primeiro capítulo. Faço-o, porque Ofélia é tão caridosa que merecia que lhe dedicassem um conto. Sei que confias na minha experiência refletida nos meus cabelos brancos e nas minhas barbas brancas, para te contar algo com interesse. Além do mais, sei que aguardas por uma certa prenda muito especial, pois li com muita atenção a tua carta. Um carro elétrico? Um jogo? Logo se verá! Pois bem, continuemos!
Carlos Marques

sexta-feira, 23 de novembro de 2018




Capítulo I – uma caneta muito especial

- TOMA ATENÇÃO! Vais continuar desatento?! Então vou marcar mais uma anotação, cá está…Luís…mais uma anotação! «Estava a falar com o colega», pois claro! És Luís…e o teu sobrenome?

- Camões, professor! Luís Camões! – respondeu o petiz, contrariado e com um olhar pesaroso. O professor ainda lhe perguntou se os dois nomes não teriam um «de» pelo meio, mas ele nada. Estava mesmo chateado!

O professor apertando na mão direita a caneta transparente e longilínea, escreveu então um X numa grelha criada para o efeito, na qual os stôres marcavam os comportamentos incorretos da petizada. O professor Antero pareceu sentir uma ligeira resistência, inexplicável, quando registou o tal X. Parecera-lhe que a caneta emperrara, que não vertera a tinta azul necessária. Ela que tinha uma ponta fina, que escrevia linhas e letras de 0,5 mm e que tinha uma borracha na ponta que permitia, a quem a usasse, apagar o que escrevera anteriormente.

O que acontecerá de seguida?

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Acompanha a blogonovela «OFÉLIA, A CANETA MÁGICA»
Esta é uma história muito original, na qual o PAI NATAL se assume como narrador.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018


HINO DO 8º ANO (em tom épico…por nítida influência de Camões!)



(letra: Carlos Marques; música: Manuel Rebelo)



Meneia a fronte enquanto assobia,

Para o aluno o 8º ano é uma alegria,

Experiência válida, embora dura inquietação,

O seu esforço é sempre em prol da razão.



O 8º vai-se construindo dia a dia,

Com constância, eficácia e alegria,

Não esmorece o aluno, cumpre sempre o que promete

E a escola já deixou de ser um frete.



REFRÃO:

E todos fervilhantes de emoção,

Com tantas juras não esqueceram esta canção,

Vai daí, reunidos à volta da fogueira,

Entoaram um hino desta maneira…



O 8º não é nenhuma desilusão,

Se tiveres um livro sempre à mão,

Esquece a fraqueza e todo esse lamento…

É que tristezas as leva sempre o vento.



O 8º ficará para sempre na memória,

É um ano de furor e muita glória,

E para sempre será recordação,

Anos mais tarde os teus petizes o saberão.



FINDA:

Ergue-te, então, como águia desse ninho,

Voando nas asas da imaginação,

Não te desvies, o estudo é o teu caminho,

Alimenta esse fogo com a paixão.

Matriz

Teste 7º ano, novembro de 2018



A estudar:

Textos utilitários (pp. 229 a 231 do manual)

- O texto biográfico

- O texto expositivo

- A notícia

- A reportagem

- A entrevista

- Texto de opinião e crítica

Gramática (Compêndios de Gramática, Livro de Atividades, Apêndice Gramatical):

- Rever as figuras de retórica mencionadas e estudadas em aula (metáfora, hipérbole, enumeração, comparação)

- Silaba e acento de palavra

- Regras de translineação

- Pontuação e sinais auxiliares da escrita

- Relação gráfica e fonética de palavras

- Processos de formação de palavras



- Leitura extensiva

A Volta ao Mundo em 80 Dias – até ao capítulo X
Carlos Marques

Matriz

Teste do 8º ano, novembro de 2018



A estudar (manual da disciplina) – I - textos utilitários:

-Linguagem e estilo jornalísticos

-A notícia e respetiva estrutura

- Técnicas de composição de notícias

- A reportagem e respetiva estrutura

- A entrevista e respetiva estrutura

- A crítica (no âmbito das artes)

- A publicidade

- Os elementos de um anúncio publicitário

- O AIDMA

- O debate

- O roteiro

- O texto expositivo e respetiva estrutura

- A carta (formal e pessoal)

- Os diferentes tipos de diário

-O blogue

- As memórias



II – Contos Exemplares («Homero», «O Homem», «Retrato de Mónica», «A Viagem») de Sophia de Mello Breyner

III – Variação e normalização linguística (Língua Padrão, Variedades Linguísticas, Registos de Língua, Estratégia e Competência Discursiva, Formas de Tratamento)

Pontuação

Uso do hífen

Derivação e composição de palavras

Relações entre palavras (sinónimos e antónimos; hiperónimos e hipónimos; holónimos e merónimos)

Campo lexical e campo semântico

IV – Praticar a textualização (com esquemas prévios, ternários) de textos de opinião sobre temas gerais (cf. IAVE)

Carlos Marques

quarta-feira, 7 de novembro de 2018


NA PARADA (UMA HISTÓRIA GRAMATICAL - por Carlos Marques)

- Atenção, Companhia! C…up! Apreseeeeentarrr arm[as]!

O Sargento olhou fixamente os seus homens, procurando obsessivamente um descuido. Enquanto o fez, cofiou o bigode retorcido nas pontas, retorcendo-o ainda mais.

- Mas…agora reparo! Tu! Sim, tu! Soldado Vírgula Santos, o que fazes ao pé do Sujeito?

- Que sujeito, meu Sargento?

O Sargento quase estourou de raiva.

- O Sujeito! Esse mesmo! Estás a separar a ordem habitual da formatura. Quem deveria estar a seguir ao Sujeito, soldado Vírgula Santos?

- O…Predicado António, meu Sargento? – balbuciou a medo o soldado.

- Cerrrrto! Diz-me, Vírgula Santos…notas outros problemas nesta formatura?

- Bem…(o advérbio ainda foi bem pronunciado, mas depois seguiram-se uns eternos três minutos)

- Eu digo-te quais são! – contrapôs o Sargento, espumando de raiva – Tu…soldado Vírgula Sousa, o que fazes aí? Onde está o teu companheiro de formatura?

- O Modificador Matias????

- Sim, coloca-te à sua direita! – o Sargento apontou, depois, o indicador para o soldado Virgulino. Fê-lo enquanto franzia o sobrolho direito e coçava repetidamente o queixo tão quadrado como o de Popeye.

- Virgulino, o que fazes aí?

- Aqui, meu Sargento?

- Sim, aí! Antes do soldado Coordenativa Copulativa.

- Estou mal?

- Esta não é uma formatura do século XIX, rapaz! – respigou o Sargento – Coloca-te antes do Conjunção José!

- Pensava que deveria estar antes e depois do Advérbio Pires – respondeu Virgulino.

- E tu és dois? Para estares a meio da formatura, antes do Advérbio Pires, deverias ter um duplo que estivesse depois dele. Consegues?

- Se me chamasse Carlos, conseguiria – respondeu, prontamente, Virgulino com as faces avermelhadas devido ao frio intenso que se fazia sentir na parada.

- Por que razão dizes isso, rapaz?

- Carlos é plural, meu Sargento!

- Bem, deixemo-nos de pormenores e façamos todos uma pausa para respirar (Innnnnnnnnnnn!!!!!!!!!.............Fffffffffffffffffffffffffff!!!!).

Os soldados obedeceram e imitaram prontamente o Sargento, sobretudo os que tinham o apelido de Vírgula e seus derivados. Sentiram a importância deste ato coletivo. Depois o Sargento, já devidamente oxigenado, concluiu:

- Atenção, companhia! Vamos concluir: «-Não colocar devidamente um[a] Vírgula pode ser um…

E todos acrescentaram:

- …Problema!

- O meu Sargento chamou? – perguntou o soldado Problema Neves.

- Fique lá atrás, soldado…isto não é consigo!

FIM


I – Cria uma história, a partir das seguintes matérias gramaticais:
- Acentuação de palavras;
- Translineação de palavras;
- Relação fonética e gráfica de palavras;
- Processo de formação de palavras;
- Uso de aspas;
- Uso do hífen.