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Sintra - Portugal vale a pena!

quarta-feira, 28 de novembro de 2018


Capítulo IV – Ofélia, Rubina e um plano…

Mas afinal o que era «ser como eles», perguntas tu?!

Ofélia queria, tal como eles, brincar, saltar, jogar ao eixo, jogar à macaca, saltar à corda, jogar à bola, correr livremente, dizer disparates, enfim, ser feliz. Queria ser criança! Sentia-se presa ao cumprimento do seu dever, mas feliz por ajudar em muitas ocasiões os miúdos. Sobretudo os alunos da turma C, como irás perceber mais adiante.

Rubina, a borracha, era a sua melhor amiga. Tinha o formato de um paralelepípedo e se metade do seu corpo de borracha era branco, a outra metade era vermelha. O filho mais pequeno do professor Antero pensara, até, que era um gelado e em mais de uma ocasião já a tentara trincar. À noite, sempre que o professor Antero se ia deitar, Ofélia e Rubina conversavam sobre as peripécias do dia.

- Hoje ajudei vários meninos. – Informava Ofélia, com a sua vozinha de cana rachada.

- Como? – Perguntava Rubina, com um sorriso.

- Olhaaaaa! Quando o nosso dono ia escrever anotações, sequei momentaneamente. Ele abanou-me, abanou-me, os miúdos riram, mas eu…nada. Não escrevi nem uma letra, nem um traço, nada!

Rubina sorriu. Conhecia bem a amiga e a sua caridade. Numa ocasião livrou-a até das terríveis intenções de um X-Ato, que a queria cortar. «Os amigos são para as ocasiões», dissera por essa altura a caridosa caneta. Rubina disse-lhe, então:

- Se gostas tanto deles, poderias ajudá-los de outra forma.

- Ah, sim? – Perguntou Ofélia interessada – E como?

Rubina segredou ao ouvido da amiga, durante uns bons dois minutos. Eu que vi tudo percebi que o plano era sério, porque durante esse tempo um «bçççççbççççççbççççççbççç» tomou conta daquele espaço.
Carlos Marques

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