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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

UMA ENIGMÁTICA AVENTURA DE SHERLOCK HOLMES

No Verão de 1889, dirigi-me a Baker Street. Antes de entrar, por volta das 20.00h, reparei na silhueta de Holmes que contratava com a luz dos seus aposentos. O célebre detective movia-se energicamente e, ao entrar na sala do seu apartamento, percebi que nem a minha entrada lhe retirara a concentração na tarefa que iniciara, nem a vontade de fumar com avidez o cachimbo que usava há anos. Remexia em livros e maços de papéis e murmurava, repetidamente, uma palavra que terminava em "iva". Estancou e, reconhecendo-me, cumprimentou o velho companheiro.
- Com tem passado, Watson? Vejo que a sua esposa tem estado fora, possivelmente na Cornualha e que o meu amigo tem almoçado à pressa.
- Mas, como é que adivinhou, Holmes?
- Ora, meu amigo, é visível para qualquer curioso que o vinco das suas calças está torto. Se reparar, no lado direito do seu casaco, encontra uma pequena nódoa amarela. Damn, Watson, você foi sempre tão calmo e ponderado!
- O seu poder de dedução é notável, Holmes! – Respondi.
- Mais ainda, tem uma batata frita no bolso direito do seu casaco.
- Bom, bom, Holmes – retorqui – isto começa a ser embaraçoso! Diga-me. Reparei, ao entrar, que estava nervoso, folheava livros, papéis…
- Sim – respondeu - recebi uma estranha carta. Queira ler em voz alta, por obséquio. A mensagem era esclarecedora.

“Caro, Sherlock Holmes

Como representante da imobiliária “Sintaxe”, queria consultá-lo acerca de um estranho desaparecimento, o da nossa melhor vendedora. O seu nome? Oração Coordenada Conclusiva! Sei que tem resolvido casos complicados em todo o mundo. Derrotou Moriarty! Por isso lhe peço que me receba hoje, 23 de Agosto de 1889, por volta das 20.30h”

Exactamente nesse momento ouviu-se um trote de cavalos e uma carruagem a parar. De lá saiu um cavalheiro, que subiu com energia ao primeiro andar, do nº 59, onde nos encontrávamos.
Holmes abriu a porta e logo se nos deparou um homem alto, que trazia na mão um chapéu alto de aba longa e um monóculo a condizer. Holmes indicou-lhe uma chaise longue.
- Tenha a bondade de se sentar. Com quem tenho a honra de falar?
- Predicado verbal. Mas pode só chamar-me de Mr. Predicado.
- Então o que tem para nos contar senhor Predicado…Verbal? – Inquiriu o meu amigo.
- Gostaria, em primeiro lugar, que mantivessem sigilo sobre o que vos vou contar. Pois, então, comecemos!
A nossa melhor empregada, Miss Oração Coordenada Conclusiva, desapareceu, misteriosamente, num castelo da Boémia, quando procurava vender o nosso melhor Kit: “Sujeito-Predicado-C.D-C.Ind-C.Circunstancial”.
Esta nossa empregada era uma mulher independente, geralmente acompanhava com uma amiga de infância, também ela Oração Coordenada e de uma outra familiar, de quem dependia inteiramente, a Conjunção “Portanto”. Esta última dotada de grande instabilidade psicológica, porque tanto pode ser”portanto”, como “logo” ou “por consequência”.
Ora, do nosso conjunto de vendedoras: a Oração Coordenada Copulativa, a Coordenada Adversativa e a Explicativa, nenhuma nos parece ter sido autora efectiva desse rapto inexplicável.
No entanto, desconfiamos de uma vendedora de uma outra firma rival: a Oração Subordinada Relativa sempre acompanhada do misterioso amigo, o Pronome Relativo…
SERÁ QUE HOLMES IRÁ RESOLVER ESTE TERRÍVEL MISTÉRIO?
CONTINUA!

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