«A vida não é feita para construir, mas para semear. Na ampla dança de roda, desde o início até ao fim, passa-se e espalha-se a semente. Talvez nunca a vejamos nascer porque, quando despontar, já não existiremos. Não tem qualquer importância. O que importa é deixarmos atrás de nós qualquer coisa capaz de germinar e de crescer»,in Tamaro, Susanna, «A Alma do Mundo», Editorial Presença, 1998, p. 196.
Sintra
domingo, 24 de outubro de 2010
GRU, O MALDISPOSTO
Longe vai o tempo em que os criadores de animação tinham como primeira intenção expor uma visão maniqueísta do mundo (cf. "Branca de Neve e os Sete Anões"). De um lado os bons, do outro os maus, sem que houvesse espaço para que os maus tivessem momentos bons e vice-versa. James Finn Gardner, através dos seus "Contos Tradicionais Politicamente Correctos" trouxe a visão do cinzento (por exemplo na subversão do conto popular, que deu origem a uma animação, "Os Três Porquinhos e o Lobo Mau" ).
Em "Gru, o Maldisposto",a concepção maniqueísta também existe mas acaba por ter uma particularidade distinta. De facto, nesta animação produzida por Chris Melendrandi, acabam por ser três miúdas que fazem gerar, no malvado Gru, sentimentos de ternura e bondade, já que, entre os adultos, só existem Vectores ou Grus.
Este Gru, calvo e de nariz aquilino, é muito semelhante, em certa medida, ao Príncipe-Sapo de um famoso conto tradicional, ou ao Monstro que contracena com a Bela, num outro conto popular. Feio por fora, bonito por dentro... mas, em relação à beleza interior, só durante uma parte da sua existência fílmica! Para além da animação em 3D, este filme acaba por ser uma bela revelação da criança que existe em cada adulto.
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Professor vou ver o filme do Gru o mal disposto, pois depois de ler este artigo acho que vale a pena. Obrigado.
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