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terça-feira, 24 de agosto de 2010

PORTFOLIOS - I

PORTFOLIOS

1. Mais uma estratégia válida de ensino-aprendizagem …

O uso de portfolios é mais uma estratégia que pode conduzir ao sucesso dos alunos. No entanto, pode não ser a estratégia! Ou seja qualquer estratégia é boa desde que em última instância produza resultados e esta, em particular, tem decisivamente a sua génese na compilação de matérias, documentos e trabalhos próprios que habitualmente os alunos utilizavam nos cadernos diários. Contudo o que faz distinguir o caderno diário do portfolio é que, no caso do segundo, existem momentos de selecção de trabalhos, a reflexão pessoal por parte do aluno e uma diversidade de documentos que o caderno diário habitualmente não comporta.
Trata-se de uma metodologia que assenta na confiança mútua, no compromisso recíproco, que promove competências metacognitivas, tal como outras estratégias que assentam no compromisso ideal entre professores e alunos. E recorda-se uma estratégia similar de compromisso, quando nas aulas iniciais se estabelece um contrato pedagógico sério, ou um pseudo-contrato, seja ele oral ou escrito.
A metodologia da aprendizagem pela problematização (problem based learning), que dá origem ao desenvolvimento do trabalho através de portfolios, promove o desenvolvimento metareflexivo, conduzindo ao desenvolvimento das dimensões metacognitiva e metapráxica (Sá-Chaves et alii, 2005: 17-18). Neste caso, o professor é o mediador entre o saber e o aluno.
É lugar-comum dizer-se que nos modelos tradicionais o professor era única fonte do conhecimento. No entanto, é inquestionável que um bom líder faz a diferença (atente-se na palavra educare, ou seja conduzir…alguém para um objectivo). Com efeito, é ele que detém o saber académico, o fio da meada que explica muita coisa. E mais tem consigo a experiência de anos de estudo. Por isso, e em nosso modesto entender, um modelo intermédio é o melhor. E quando se fala de modelo intermédio, entende-se o uso de várias estratégias que devem estar presentes numa aula, ao longo do ano que podem ser enriquecidas pelo uso do portfolio: mesmo o velho método expositivo não é de esquecer e há alturas da aula em que ele é fundamental. Por exemplo quando o professor utiliza uma linguagem teórica que o aluno deve mimetizar, ou quando é necessário impor um momento de disciplina.
Não devemos esquecer também o velho método socrático, facto que nos remete para a verdadeira asserção etimológica da palavra aula . Ou o trabalho de oficina de escrita, mais uma vez através do uso de modelos escritos previamente realizados pelo docente. Ou a conversa lúdica muitas vezes baseada no humor, como forma de comunicação suprema, inquestionavelmente a praxis do quotidiano. Ou a centralização no aluno como fazem os finlandeses, bem à maneira dos treinadores de futebol que estudam minuciosamente os desempenhos menos conseguidos dos seus jogadores e procuram melhorá-los. Ou, ainda, o uso das novas tecnologias na sala de aula. – aliás, como é sabido, um portfolio pode ser digital (um blogue é também um portfolio).
1.1- Finalidade do portfolio: através da introdução de um índice compreende-se a sua finalidade, devendo este ter uma linha condutora (considere-se por exemplo o exemplo do aforismo “Post tantosque labores” in Virgílio: 2003, 14). Assim, o portfolio pode conter uma grande variedade de itens, como por exemplo: rascunhos de textos, fichas de avaliação, composições, colagens, recensões, fichas de leitura, gráficos, folhas de cálculo, páginas da web, etc. (Sá-Chaves et alii, 2005: 54)

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