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sábado, 12 de novembro de 2011

UM OUTRO FINAL PARA O VELHO E O MAR, POR NEFASTA INFLUÊNCIA DE MOBY DICK



- Santiago..- a interpelação provinha de Manolito, que folheava, atentamente, as historias de “Mafalda”.
- Sim? – Perguntou o Velho (El Viejo).
- Por que razão não pescas há 84 dias?
- Por que não pesco qualquer coisa! Qual é o interesse de andar sozinho no mar, a pescar carapaus, ou sardinhas?!

Santiago fora considerado um salao e, nos últimos tempos, um “capitalista americanóide”pela comunidade piscatória cubana, que com ele privava diariamente.
“Se não pesco não sou considerado como um homem, mas a verdade é que costumo rachar lenha e essa é uma actividade viril, para a qual é preciso muito mais força de braços” – pensava.
O problema é que, na aldeia, Santiago era invejado, por ser um pescador tecnicamente evoluído.
Assim, para tentar provar que os restantes pescadores cubanos estavam enganados partiu para o mar, em busca de uma baleia branca, conhecida como Moby Dick e que havia arrancado uma perna a um marujo de nome Ahab. Contudo,ao invés dos maléficos sentimentos que Ahab nutria pela baleia, o Velho não a odiava. Bem pelo contrário, até a tratava como “irmã baleia” e, por ela, tinha muito respeito, ou não fosse ele assinante do canal “National Geographic” e simpatizante do movimento "Greenpeace". Após vários dias de um estudo intenso das movimentações da baleia, conseguiu pescá-la graças às mais recentes técnicas de pesca, que incluem naturalmente o uso de arpões térmicos comandados por controlo remoto. Mais tarde, três tubarões tentaram devorar-lhe a presa, mas o Velho recorreu novamente ao seu arsenal. Desta vez três mísseis balísticos foram enviados a partir do que os ingénuos tubarões consideraram ser uma simples embarcação de pesca artesanal.
Regressou à aldeia com a mega-baleia e logo aí foi recebido pelo presidente da junta local com pompa e circunstância. Contudo, e como não era parvo, resolveu transformar em bifes todo aquele imenso peixe, ganhou umas lecas valentes e, com esse dinheiro, conseguiu comprar um iate que fez furor em Havana, conhecendo mais tarde o próprio Fidel de Castro.

O seu iate, aquele por que sempre sonhou, haveria de ter o nome de Pequod, ser comandado pelo famoso Ahab e incluir na tripulação um marujo de nome Ismael. E lá partiram eles da aldeia, todos contentes, em busca da irmã de Moby Dick...

FIM

1 comentário:

  1. Ahah muito bom! Depois cada um de nós também podia fazer um final para O Velho e o Mar.

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