«A vida não é feita para construir, mas para semear. Na ampla dança de roda, desde o início até ao fim, passa-se e espalha-se a semente. Talvez nunca a vejamos nascer porque, quando despontar, já não existiremos. Não tem qualquer importância. O que importa é deixarmos atrás de nós qualquer coisa capaz de germinar e de crescer»,in Tamaro, Susanna, «A Alma do Mundo», Editorial Presença, 1998, p. 196.
Sintra
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
A ILHA DO TESOURO E…UM ESCRITOR EM GREVE
Era uma vez um jovem, de nome Hawkins, que teve a seu cargo tarefas tão árduas que a própria imaginação humana não poderia conceber. Mais conhecido por Jim entre os amigos e sem nome relevante no mundo da escrita, foi a ele que um escocês, de nome Robert Louis Stevenson, delegou a pesadíssima tarefa de escrever um romance de acção, com a devida coerência textual, enquadrado em ambientes misteriosos, povoados de piratas, papagaios e escunas fortemente armadas como a Hispaniola.
Como se isto não bastasse, os companheiros de aventura de Jim, Trelawney, Livesey e restantes cavalheiros, também lhe pediram o mesmo. Jim ainda tentou recusar, no entanto era daquelas pessoas que não sabia dar desculpas oportunas. De forma que, ao longo de um ano, e após ter gasto uma parte considerável da sua fortuna em lápis, cadernos e fast food, o jovem esboçou as últimas palavras daquele romance…“Peças de oito!”. E estava tão aturdido que repetiu a expressão por duas vezes.
Enquanto isso, Stevenson esperava, na longínqua Escócia, por um resultado final apesar de se ter demitido das suas responsabilidades. Lamentava-se continuamente por isso, no entanto era daquelas pessoas que nunca voltava atrás assim que tomava uma decisão. Ali, do alto do seu castelo, passava os dias tentando descortinar o famoso monstro de Loch Ness, que sabia não existir…até que recebeu uma cópia digitalizada de uma aventura que muito lhe agradou e que leu repetidamente até lhe surgir a ideia para um outro romance, O Flecha Negra. Desta vez assumiu ele a árdua tarefa de o escrever.
Não é difícil perceber que, Jim, ainda na flor da sua juventude, passou das boas: trabalhou na hospedaria do pai, conheceu gente pouco recomendável, como Long John Silver, fez uma viagem para uma ilha fantástica, conhecida como Ilha do Esqueleto, enriqueceu e escreveu um livro!
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