«A vida não é feita para construir, mas para semear. Na ampla dança de roda, desde o início até ao fim, passa-se e espalha-se a semente. Talvez nunca a vejamos nascer porque, quando despontar, já não existiremos. Não tem qualquer importância. O que importa é deixarmos atrás de nós qualquer coisa capaz de germinar e de crescer»,in Tamaro, Susanna, «A Alma do Mundo», Editorial Presença, 1998, p. 196.
Sintra
sábado, 17 de setembro de 2011
UM OUTRO "AUTO-RETRATO” DE BOCAGE
Gordo, olhos verdes, pele branca
Trinta e dois de pé, grande na altura.
Sempre a sorrir, luminosa figura,
Nariz insignificante no meio da carranca.
Sempre sorridente, sempre sereno,
Menos propenso à ira, do que à brandura.
Bebe cerveja, lamenta a gordura,
Exemplo pacato de bondade e candura.
Encontra na escrita as suas verdades,
Nunca se lhe escuta queixa, ou lamento.
E assegura: “ - Do ócio não tenho saudades!”
Eis Bocage em quem luz enormíssimo talento!
Saíram dele vários auto-retratos, inúmeras possibilidades,
Num dia em que só um resistiu à força do vento.
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