
Gordo, olhos verdes, pele branca
Trinta e dois de pé, grande na altura.
Sempre a sorrir, luminosa figura,
Nariz insignificante no meio da carranca.
Sempre sorridente, sempre sereno,
Menos propenso à ira, do que à brandura.
Bebe cerveja, lamenta a gordura,
Exemplo pacato de bondade e candura.
Encontra na escrita as suas verdades,
Nunca se lhe escuta queixa, ou lamento.
E assegura: “ - Do ócio não tenho saudades!”
Eis Bocage em quem luz enormíssimo talento!
Saíram dele vários auto-retratos, inúmeras possibilidades,
Num dia em que só um resistiu à força do vento.
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