«A vida não é feita para construir, mas para semear. Na ampla dança de roda, desde o início até ao fim, passa-se e espalha-se a semente. Talvez nunca a vejamos nascer porque, quando despontar, já não existiremos. Não tem qualquer importância. O que importa é deixarmos atrás de nós qualquer coisa capaz de germinar e de crescer»,in Tamaro, Susanna, «A Alma do Mundo», Editorial Presença, 1998, p. 196.
Sintra
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
UM OUTRO FINAL PARA "A FARSA DE INÊS PEREIRA"
Pêro - Chega! Uma cousa é a personagem que represento,
outra é o eu verdadeiro.
Que raio, afinal também tenho sentimentos e isto é um ultraje!
Recuso levá-la para junto do Ermitão.
Lá porque o seu primeiro casamento correu mal (rilha entretanto uma pêra) …
Inês - Marido cuco me levades
E mais duas lousas.
Pêro - ASSI NÃO SE FAZEM AS COUSAS!
ASSI NÃO SE FAZEM AS COUSAS!
NÃO FAZEM, NÃO!
Inês - Mas (surpreendida)…no guião diz-se que eu vou às suas costas.
Pêro - Recuso-me. Até porque tenho espondilose!
Inês - (cantarolando) Carregado ides, nosso amo,
com duas lousas.
Pêro - Escusa de insistir, Inês. Não vou. Fico!
Não sou parvo!
Inês - Mas era a sua deixa..
Agora teria de dizer “Pois assi se fazem as cousas.”
Pêro - Isso era antes, Inês. Agora acabou.
Ouça verdadeiramente a sua mãe.
Está a ver aqueles dois (apontando para Latão e Vidal)?
Peça-lhes que a levem às costas. Eu vou-me!
Inês - Mas, Pêro (suplicando, desesperada). Ouça, ouça…e as lousas?
O que faço com as lousas?
Pêro - (voltando-lhe as costas) Dê-as ao Ermitão…depois de ter subido esse enorme morro!
E assi se vão, e se acaba o dito Auto.
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