Pode clamar alto…
Pode clamar alto, que eu, de si, nada oiço,
Também eu, ó pobre criatura, sei que falo
Tão alto, mas confesso que me não ralo.
Criticado? Como se estivesse no calaboiço!
Todas as suas balas, em mim ricocheteiam.
Pode tentar derrubar-me; logo me levanto;
Nada tenho a perder, não verá meu pranto,
É que eu sou de titânio, o que todos anseiam.
Atinja-me, mas estou certo de que cairá
Na cidade-fantasma, que tão assombrada é.
Mesmo que erga a sua voz, dela não sairá.
Paus e pedras podem quebrar os meus ossos;
Continue a disparar, que eu clamo ao alto
É que eu sou de titânio e avesso a remorsos.
«A vida não é feita para construir, mas para semear. Na ampla dança de roda, desde o início até ao fim, passa-se e espalha-se a semente. Talvez nunca a vejamos nascer porque, quando despontar, já não existiremos. Não tem qualquer importância. O que importa é deixarmos atrás de nós qualquer coisa capaz de germinar e de crescer»,in Tamaro, Susanna, «A Alma do Mundo», Editorial Presença, 1998, p. 196.
Sintra
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