Sintra

Sintra
Sintra - Portugal vale a pena!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O Presépio de Natal


Nesta época do ano estamos sempre mais susceptíveis ao próximo. Olhamos mais para o lado e aquele ser humano, por quem tantas vezes passamos e nem temos tempo de olhar, faz-nos, nesta época, estar mais atentos.

Celebramos o nascimento de Jesus que veio ao mundo para nos salvar!

Contudo, se olharmos à nossa volta também vemos os centros comerciais cheios, as pessoas cheias de sacos de compras e a mesa de Natal farta. Mas não estaremos a desviar-nos um pouco do verdadeiro espírito de natal?

Ainda me lembro quando era criança e vivia a ânsia da preparação do Natal. A árvore de natal era cuidadosamente enfeitada e a melhor parte, confesso, era a preparação do presépio. O musgo era cuidadosamente escolhido e o presépio era preparado pelos mais novos da família. Uma verdadeira aldeia, onde não faltavam todas as personagens: o menino Jesus, nas palhinhas deitado, Maria e José, os três Reis Magos, os animais ao redor do Menino e todas as personagens da aldeia, o Pastor e suas ovelhas, a Lavadeira, e outros adereços como o rio, a ponte e muitas mais figuras.

Com esta imagem na mente, há cinco anos resolvi começar a fazer esse mesmo presépio dos meus tempos de criança. Comprei musgo (já não é fácil encontrar o musgo como anteriormente), fui comprando as figuras, exactamente iguais às da minha infância e todos os anos vou acrescentando novas figuras e o meu presépio vai aumentando. Sempre preparado em família! É um verdadeiro ritual de que não abdico. Quando chego ao fim não me canso de o olhar e encontro, nele, a paz dos meus dias de criança.

Não é esse o verdadeiro significado de Natal? É tão simples e por vezes complicamos tanto. É pena que este sentimento não se viva ao longo do ano, seria tudo tão mais simples….

Com esta imagem do presépio me despeço, desejando a todos os que nos visitam a continuação de Boas Festas e desejo que o ano de 2011 seja vivido de forma mais intensa. Olhemos mais uns para os outros e encontremos o espírito de Natal mais vezes ao longo do ano.

UMA OUTRA VIAGEM À ÍNDIA – II




7 de Julho de 1497, final da tarde

O anel brasonado, o bigode retorcido nas pontas, o lenço em tafetá e uma pronúncia arrastada denunciavam as suas origens...era do Restelo.
Tio do Restelo (em conversa amena à porta dos “Pastéis de Belém” com Vasco da Gama e seu irmão Paulo) – Mas, ooouçam, em vez de irem por caminhos desconhecidos, o que é pouco confortável, por que razão não vão a Marrocos, que é já aqui ao lado?
Vasco da Gama – Mas, Tio, o que é que existe em Marrocos de especial (denunciando a sua pronúncia alentejana)?
Tio do Restelo – Muita caturreira! O Vasco já foi a Marraquexe? É o máximo! Fica próximo da Cordilheira do Atlas, tem óptimos hotéis, o maior Suq de Marrocos, muita agitação…E em vez de viajar só de barco, pode andar de camelo! Ó Paulo (com um gesto de quem chamava por alguém distante e um olhar sobranceiro)!
Paulo da Gama – Diga Tio (não esquecer, também, a pronúncia alentejana)!
Tio do Restelo – Já ´teve em Casablanca?
Paulo da Gama – Não, Tio!
Tio do Restelo – Então não sabe o que é booom! Aquelas praias, aquela marginal…e vocês com a teimosia de quererem ir à Índia! Essa caturrice é um horrooor!
Paulo da Gama (com gestos de quem pretende abraçar o mundo) – Nós queremos ver Bollywood! Somos Cinéfilos, somos assim, pronto!
Vasco da Gama – (repentinamente) Eu também quero conhecer o Taj Mahal!
Paulo da Gama – Uma das sete maravilhas do mundo! Aquele monumento é maravilhoso!
Vasco da Gama – …todo incrustado de pedras preciosas!
Paulo da Gama – (com um gesto supersónico) E eu quero ver os Pilares de ashoka!
Vasco da Gama – E eu as Grutas de Elephanta, em Mumbai!
Paulo da Gama – (ripostando) E eu Fatehpur Sikri, a cidade abandonada!
Tio do Restelo – Pronto, pronto, os piquenos é que sabem! Não há pachooooora! Eu, agora, já não tenho tempo p´ra mais nada, está na hora de ir jogar golfe! A Maria está ali à minha espera naquele carro eléctrico de última geração. Mariaaaaa, espere!

(TODO O RESTANTE TEXTO ESTÁ PUBLICADO NA PÁGINA INTITULADA, "FINAIS SUBVERSIVOS DE OBRAS CLÁSSICAS")

domingo, 26 de dezembro de 2010

CONVENTO DE MAFRA


Mais extraordinário do que contemplar a fachada principal do Convento de Mafra, onde se conjugam tonalidades de branco e amarelo, é escutar no interior daquele edifício majestoso, construído em pedra lioz, o "Adeste Fideles". A Basílica, dedicada a Nossa Senhora e Santo António, é extraordinária e a respectiva abóbada é majestosa como nenhuma outra. Por isso assistir à Missa do Galo naquele local é inesquecível!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

DEDICATÓRIA



É verdade que não morreu!... Todos assim à minha volta?!
Setenta e oito anos de eterna juventude. A jovialidade era, ao caso, uma auréola imediatamente perceptível, exuberante.
E aquele sorriso representava o Eterno Feminino, nuns lábios em tons de rosa que articulavam as palavras de uma forma muito própria.
Palavras ditas com classe!
É verdade que não morreu...porque é impensável que isso aconteça!
Aquele espírito é eterno, tão marcante como as pedras milenares. Vive o espírito numa terra que sempre foi a sua, apesar de lá não ter passado a maior parte da vida. Vive envolto pela maresia, em tardes de Inverno, aconchegado por quentes camisolas de lã branca. E paira nos promontórios onde as gaivotas nidificam e onde se perde de vista um imenso mar em tonalidades de azul e verde.
----------------------
Passa pela brancura das casas térreas, luminosas, envoltas em faixas de azul marinho... E está onde os barcos de pesca se vão afastando de terra até à linha do horizonte em movimentos sincopadamente belos.Essas eram e são as suas raízes!
É verdade que não morreu, por isso a vejo agora a sorrir!